segunda-feira, 18 de julho de 2016

Mato Grosso do Sul entra na rota da carne sustentável

“É hora de a carne deixar de ser vista apenas como uma comoditty e apresentar valores agregados ao produto”. A provocação vem de Mathias Almeida, gerente de sustentabilidade da Marfrig, que comemora a inauguração da quarta planta com a certificação socioambiental Rainforest Aliance. Fica em Bataguassu, no Mato Grosso do Sul, e tem uma grande importância para o estado porque, ao lado da certificação da Fazenda Nova Monte Alto, em Três Lagoas, constrói uma cadeia de carne com garantias de que foram produzidas em fazendas com um alto padrão de sustentabilidade. As duas iniciativas prepararam o caminho para os novos interessados da região, que buscam associar práticas sustentáveis aos seus negócios, uma vez que podem olhar para a experiência do empreendimento pioneiro e se valer da unidade de abate que já atendeu aos requisitos da certificação.

A motivação e os ganhos associados a esse processo são diversos: Olivier Van Haren, sócio da Nova Monte Alto, está no ramo da carne há 17 anos e conta que optou por certificar a propriedade quando buscava critérios para padronizar procedimentos e aprimorar a gestão da propriedade com a intenção de atingir um “padrão top” de qualidade em gestão:  “ E, claro, eu também quero um prêmio pelo produto que entrego. Fora do Brasil, essa é a regra, e aqui , essa cultura começa a se formar” ,lembra ele.

Mas ainda assim, é possível perceber um interesse crescente dos pecuaristas pelas práticas que atestam ausência de desmatamento, condições dignas de trabalho, bem estar animal, manejo de pastagens, respeito ao ecossistema atrelados às ferramentas de gerenciamento. A certificação socioambiental Rainforest Alliance Certified ™ (RAC) cresceu significativamente do fim de 2015 e início do primeiro semestre desse ano. De acordo com os números do IMAFLORA, foram emitidos cinco novos certificados de setembro do ano passado até junho desse ano. “Além das melhorias na gestão da propriedade e do ganho de produtividade, o produtor tem um ganho de imagem, que pode atrair novas oportunidades.”, conta Tharic Galuchi, coordenador de certificação da ONG brasileira, que é certificadora da RAC no Brasil. Ele adianta que há outros empreendimentos em avaliação e que, tudo indica, o crescimento deve aumentar. Essa visão é corroborada pelo gerente da Marfrig, que garante: “Há mercado. Os compradores fazem muita pressão pela carne com garantia de origem e os outros atributos que a certificação socioambiental agrega ao produto”. 


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