Eu já fui agricultora, lá pelas idas dos anos 2000, com
vinte e poucos anos de idade, mas como uma boa advogada que sou, não fui boa
agricultora, me faltaram muitos incentivos para continuar com a atividade rural
dos meus antepassados.
Além de uma boa gestão, me faltou dinheiro. Naquela época
era escasso o fomento financeiro para agricultura, apenas quem tinha “tradição”
como diziam os bancos conseguiam crédito. Agora imaginem eu, menina de vinte e
poucos anos, recém-formada em Direito, recém-casada e sem nenhuma tradição na
agricultura? Poucos anos depois, desisti da agricultura.
Concomitantemente à agricultura, eu passei a exercer a
advocacia e nesta bela e árdua profissão estou até hoje.
Eu sempre soube que eu não viveria sem ter conexão com a
agricultura e de alguma forma minha profissão se encarregou de trazer-me novamente
para perto dela.
Quando deixei o sul de Minas e vim morar na região do
Alto Paranaíba, precisamente na cidade de Patrocínio e casada com um engenheiro
agrônomo, me envolvi novamente com o Agronegócio, desta vez como especialista em Direito do Agronegócio,
direcionando toda a minha advocacia para esse ramo de atividade.
Daí em diante, passei a conhecer inúmeros agricultores de
vários portes e através deles pude vivenciar novamente o dia a dia no campo.
No caso da agricultura familiar, pude perceber que os
agricultores, os maridos não trabalhavam sozinhos, trabalhavam lado a lado da
sua mulher, que além de cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos, tinham
força e tempo para ir pra lida, seja no plantio ou na colheita do produto, mas
diuturnamente, essas mulheres agricultoras estavam lá, inclusive carregando
seus filhos nos braços.
No caso da agricultura de médio e grande porte, me
deparei também com mulheres agricultoras, que por algum motivo se dedicavam à agricultura,
sozinhas ou ao lado do marido ou do pai, já não de forma braçal como é na
agricultura familiar, mas na gestão dos negócios, que é tão difícil quanto à
outra atividade.
Diante desta realidade, eu não ouvia a sociedade destacar
nenhuma mulher agricultora, sempre era o fulano de tal, no máximo, a mulher ou
a filha do fulano de tal e com isso essas mulheres de sucesso não eram
reconhecidas por seus importantes trabalhos.
Daí nasceu a ideia do BLOG MAS – Mulheres Agricultoras de
Sucesso em 19 de julho de 2015, para trazer à tona essas mulheres que estão
escondidas lá no campo, seja na lavoura ou por traz de
uma mesa, mas fomentando o agronegócio, sem perder a sua
vaidade, sem perder de vista sua casa e sua família.
Além de trazer à tona o perfil dessas mulheres
agricultoras, trazemos também notícias jurídicas ou técnicas do Agronegócio visando
auxiliar no seu crescimento
profissional.
Nosso blog começou pequeno, com pouquíssimas
visualizações, hoje com quase 2 anos de blog já alcançamos perto de 50.000
visualizações e temos público de várias nacionalidades, além de brasileiros,
americanos, europeus, asiáticos, o que nos faz acreditar que estamos no caminho
certo.
Recentemente, o mundo abriu os olhos para as mulheres
agricultoras, principalmente no contexto da cafeicultura e espero que essa boa
onda traga às bravas mulheres agricultoras de sucesso não só reconhecimento mas
também valorização dos seus produtos, para que o mundo inteiro reconheça a
importância da agricultura e que essa mesma agricultura também é feita por
mulheres que trabalham no campo de forma sustentável, sensível, mas aguerridas,
tratando suas lavouras, a natureza e os empregados da mesma forma que tratam
seus filhos.
Por
Andréa Oliveira – advogada
OAB/MG
81.473
Sócia
fundadora do escritório Andréa Oliveira Sociedade Individual de advogados – www.andreaoliveira.adv.br. Especialista
em Direito do Agronegócio e concluindo MBA em gestão de negócios pela
USP-Esalq.
Interessante, não sabia que havia tantas mulheres ocupando esse espaço. Conheci algumas que são verdadeiras referências, mas achava que haviam bem menos.
ResponderExcluirhoroscopo diario