Acréscimo nos volumes de produção e exportação de
commodities traz alento para setor ambiental brasileiro, influenciado por
padrões de responsabilidade socioambiental
No papel, nas caixas, nos móveis. A madeira está presente
o tempo todo no dia a dia de milhares pessoas. E é neste mercado que o Brasil
ocupa uma posição de vanguarda: a segunda posição entre os maiores exportadores
de celulose no mundo.
Com cerca de 13 milhões de toneladas enviadas para o
exterior anualmente, o País está à frente de Índia e China e logo atrás dos
Estados Unidos, donos da maior produção mundial, nesse mercado.
Entretanto, a silvicultura brasileira ainda ocupa uma
pequena área se comparada a esses países, que concentram mais de 60% das
plantações florestais do mundo todo. Em terras tupiniquins, apenas 11% da área
cultivada é ocupada por florestas plantadas – principalmente por pinus e
eucalipto, representando 3% da plantação mundial.
“O mercado de celulose estabeleceu-se como uma das
principais commodities do Brasil nos últimos anos. E, hoje, também
internamente, cerca de 65% da madeira comercializada que circula pelo País têm
como origem a indústria de base florestal. É um mercado em expansão e que deve
aportar cada vez mais recursos empresariais e governamentais”, comenta o
coordenador de certificação florestal do Imaflora (Instituto de Manejo e
Certificação Florestal e Agrícola), Guilherme de Andrade Lopes.
E os números do segmento em 2017 endossam essa afirmação.
No último ano houve um avanço de 3,8% na produção brasileira de celulose,
alcançando 19,5 milhões de toneladas. O crescimento foi capitaneado pelas
exportações à China e à Europa, que alavancaram as taxas. O papel, outro
produto comercializado mundo afora pelo País, com 10,5 milhões de toneladas
produzidas, teve alta de 1,4%, em comparação com 2016, de acordo com dados do
Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).
“A madeira pode ser utilizada para fins industriais,
geração de energia e outros importantes indutores do desenvolvimento econômico.
Pelas suas diferentes características, a sua demanda comercial deve triplicar
até 2050, segundo estimativas do WWF (Fundo Mundial para a Natureza)”, afirma
Andrade Lopes.
Brasil – Atendendo demanda de crescimento no setor,
também no ano passado, o Imaflora, uma entidade civil sem fins lucrativos,
responsável pela certificação e validação das normas de auditoria FSC® - Forest Stewardship
Council® (Conselho de Manejo Florestal), que reconhece as práticas de
responsabilidade socioambiental no setor de base florestal, viu sua cobertura
crescer. Trezentos mil novos hectares de plantações florestais foram auditados
e certificados.
“Esse crescimento é resultado de um trabalho árduo, que
começou em 1995, com sociedade, parceiros e comunidade empresarial, e que alçou
o Imaflora à posição de vanguarda nas discussões sobre sustentabilidade e
certificação florestal. Hoje, somos responsáveis pela certificação de mais de 3
milhões de hectares de florestas plantadas no Brasil, sendo o maior
certificador do País, com cerca de 65% de participação no mercado”, acrescenta
Andrade Lopes.
Atualmente, existem cerca de 8 milhões de hectares de
florestas plantadas no Brasil. A área ocupa menos de 1% da superfície total do
País (aproximadamente 850 milhões de hectares). Esse montante é responsável
pela produção de 17% de toda a madeira oriunda de plantações florestais colhida
anualmente no mundo. No Brasil, 70% dela é certificada pelo FSC (Conselho de
Manejo Florestal).
Em termos mundiais, a área de florestas plantadas ocupa
cerca de 264 milhões de hectares.
FSC – O FSC (Conselho de Manejo Florestal) é um padrão
reconhecido mundialmente por sua governança multissetorial, abrangência e pela
geração de benefícios socioambientais nas atividades de manejo florestal ou às
indústrias que processam ou comercializam produtos de origem florestal. É um
sistema criado e mantido por um fórum de representantes dos setores ambiental,
econômico e social. Está presente em mais de 80 países.
O mercado em 2017 – De acordo com o balanço divulgado
pelo Ibá, o setor de base florestal registrou um avanço de 12,9% no saldo da
balança comercial em 2017, quando comparado com o ano anterior, alcançando o
valor de US$7,5 bilhões. Em termos de representatividade, as exportações do
setor produtivo de árvores plantadas foram responsáveis por 3,9% de todo o
volume de bens e produtos negociados pelo Brasil com outros países. O mercado interno
de painéis de madeira registrou avanço de 4% em suas negociações, totalizando
6,5 milhões de m³ vendidos. Já o segmento de papel encerrou 2017 com saldo
positivo de 0,7%, somando 5,5 milhões de toneladas comercializadas.
FSC® - N001877
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