“É incrível, eu sempre vivi na
floresta pensando que fazia tudo certo, mas agora eu aprendi como deve ser o
corte, como fazer direito”. É assim que o senhor Cleomilton Rocha Oliveira, de
53 anos, morador de Tarauacá e representante da Associação São Francisco de
Assis, resume a sua participação no Programa Lideranças da Floresta, realizado
pelo Imaflora, depois de vencer a licitação do governo estadual do Acre, no ano
passado.
Iniciado em agosto de 2017, o trabalho teve
como objetivo levar as técnicas de manejo florestal e de produtos da
sociobiodiversidade para 21 organizações, entre associações e comunidades, de
18 localidades do estado do Acre. A manutenção da floresta em pé, a melhoria de
renda dos comunitários a partir de suas atividades tradicionais e a geração de
impactos positivos para a região foram princípios que nortearam o trabalho do
Imaflora ao longo desses 15 meses e que foi avaliado nessa manhã. “ Uma
coisa que a gente se deu conta é que não tinha nenhuma escola por perto e que
os jovens, que se animaram muito com o programa, queriam estudar “ conta Maria
José Gomes de Souza, da Associação Ramal São Paulo, em Rodrigues Alves. “Nós
nos reunimos para pedir a escola e esse ano, as aulas começaram”, comemora.
Os depoimentos chegaram também por meio dos objetos escolhidos pelos
comunitários para representa-los: a semente do açaí e ouriço da castanha,
responsáveis pelo ganha pão de boa parte deles e objetos feitos com
aparas de madeira amazônica, como a pequena embarcação que torna viável a
presença de alguns deles a Rio Branco, ajudaram o relato de um ano e meio de
estudos intensos e que , na visão do grupo, mostrou perspectivas novas de
ganhos com o trabalho.
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