quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Imaflora realiza estudo sobre impactos da certificação nas relações de gênero em fazendas produtoras de cacau

Desde 2009 o Imaflora vem participando da elaboração de estudos sobre os impactos da certificação nas relações de gênero dentro da cadeia produtiva de diferentes culturas. Esses estudos são promovidos pela Oxfam-Novib e parceiros como Hivos, Solidaridad entre outras organizações.

Em 2010 o estudo foi realizado na cadeia produtiva do cacau em países como o Brasil, Gana, Quênia e outros, e os resultados serão apresentados em um workshop que acontecerá em outubro no Quênia.

Aqui no Brasil o Imaflora firmou uma parceria com a Rede Mulher, organização não governamental que atua em projetos, visando o equilíbrio nas relações entre homens e mulheres, que realizou o trabalho de campo, análise das informações e elaboração do relatório.

Durante uma semana, a consultora da Rede Mulher esteve nas Fazendas M. Libânio e Fazendas Reunidas Vale do Juliana no sul da Bahia onde realizou o trabalho. Essas fazendas foram escolhidas pelas particularidades do trabalho ali realizado que não se limita ao regime da CLT, mas possuem práticas diferenciadas nas relações de trabalho, especialmente as parcerias com os produtores. Esse modelo de gestão envolve as famílias e configuram-se em pequenas unidades produtivas conduzidas em parceria entre a fazenda e o produtor.

O estudo aponta que embora não tenha havido maior empoderamento para as mulheres dentro da cadeia produtiva do cacau, foram percebidas melhorias relacionadas ao acesso à água encanada, saúde, possibilidades de estudo e acesso à informação.

Ainda, de acordo com o estudo, não foram apenas as mulheres que ganharam com a certificação, mas homens e crianças também são beneficiados com a melhoria dos preços do cacau certificado, melhores condições de segurança no trabalho e condições de saúde para todos.

Foram apontadas estratégias para se avançar na equidade de gênero tais como a promoção de ações educativas continuada de trabalhadores e trabalhadoras para que compreendam e pratiquem a equidade de gênero; promoção de atividades econômicas e formação profissional para mulheres, entre outras.

Foi também ressaltada a importância das organizações e corporações que podem e devem desempenhar um papel vital para assegurar e proteger os direitos das mulheres e impulsionar sua capacidade econômica. O estudo encontra-se disponível no site do Imaflora.

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