segunda-feira, 9 de junho de 2014

O que é ser um bom vizinho para o produtor rural?



O que é ser um bom vizinho de propriedades rurais? A resposta a essa pergunta não está em normas ou leis. No entanto, as atividades de um empreendimento agrícola podem ter um impacto grande sobre a comunidade na qual está inserido. E é importante conhece-las para que os seus efeitos possam ser mitigados, ou evitados, com ações marcadas pelo diálogo e respeito à comunidade. Além disso, é possível e desejável que os empreendimentos rurais gerem impactos positivos para os seus públicos internos e seus vizinhos.

Essa boa relação é um dos requisitos da certificação socioambiental da Rede de Agricultura Sustentável, no entanto, desperta muitas dúvidas quanto a sua execução na prática, por parte dos produtores rurais. 

Pensando em atender essa demanda, mas com a intenção de ampliar seu uso, o IMAFLORA elaborou o “Guia do Bom Vizinho para propriedades rurais”, que pode ser baixado livremente aqui

Para a socióloga Heidi Buzato, responsável técnica pelos temas sociais, no IMAFLORA, “é importante o empreendimento conhecer e mapear os valores e patrimônios culturais da comunidade na qual está inserido, e procurar saber como pode contribuir com a sua conservação. É importante também que a comunidade saiba como pode contar com o apoio daquela propriedade”.

O Guia - Cada uma das expectativas citadas está descrita nos quatro capítulos da publicação: 

“Identificando a comunidade”, traz critérios para identificar como a atividade produtiva do empreendimento pode impactar o seu entorno. O uso de estruturas públicas, como escolas ou equipamentos de saúde, é um exemplo.

O segundo capítulo, “Classificando os interesses” sugere conhecer as questões que a comunidade possui em relação ao empreendimento e estar atento a possíveis conflitos ou reclamações sobre as atividades do empreendimento.  Por exemplo, uma reclamação de um vizinho sobre uma cerca danificada pelo trator durante a atividade deve ser registrada pela propriedade e tomada a providência para seu conserto.

“Mapeando os impactos”, explica o conceito de impacto social como sendo uma mudança no modo de vida de uma pessoa, comunidade ou população e suas consequências. Orienta a propriedade agrícola à evita-los ou propor ações mitigadoras. 

Finalmente, o último capítulo, “Implantando ações do bom vizinho” propõe que se não forem identificados impactos negativos que mereçam medidas corretivas, o empreendimento invista em ações que promovam o desenvolvimento local.  Entre outras ações possíveis, estão a contratação de mão de obra da região, conhecer locais de uso da comunidade (igrejas, cemitérios, rios, entre outros) e desenvolver ações que ajudem a conservá-los. 

Esse capítulo contém ainda informações específicas para grupo de produtores. 

“O Guia não é uma receita do que está certo ou errado”, diz Heidi, que ressalta tratar de orientação aos produtores rurais, para que possam estabelecer um bom relacionamento com as comunidades que vivem no entorno das propriedades. Esse relacionamento deve ser pautado pelo diálogo e respeito pelo seu modo de vida,  e pela responsabilidade compartilhada pelo uso e conservação dos recursos naturais e culturais de cada localidade”, conclui.



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