Francisco Gasparetto Higuchi
A mudança do clima global é o maior desafio da humanidade
até o presente momento. Um 'problema' que irá atingir todos os povos,
independente de qualquer característica (como classe social ou religião). A
grande preocupação (e o que acelera esse processo de mudança) é a emissão de
gases de efeito estufa (GEE), ou simplesmente a emissão de carbono.
Nos países do hemisfério norte (conhecidos também por
Países Desenvolvidos), as principais fontes de emissão são: queima de
combustível fóssil e a produção de cimento. Enquanto nos países em
desenvolvimento, como o Brasil, a principal (disparada com +75%) fonte de
emissão é o Uso e a Mudança do Uso da Terra. Este por sua vez pode ser
traduzido como "desmatamento".
Só na Amazônia, na última década (2004-2014), a média de
desmatamento foi acima de 9 mil km². Com base em estimativas médias, esse desmatamento
pode acarretar em uma emissão anual de +528 milhões de toneladas de CO2
equivalente para atmosfera.
Se considerarmos a premissa básica de projetos REDD+
(Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação Florestal em países em
desenvolvimento evitados), zerar o desmatamento na Amazônia é gerar +528
milhões de créditos de carbono anualmente. Ao considerar que o crédito pode
custar US$ 1,00, temos uma oportunidade de negócios impressionante.
No entanto, geração de créditos de carbono por meio de
projetos REDD+ não é tão simples assim. A principal narrativa que o mercado
esquece é que: ninguém fez nada para ter o estoque de carbono florestal que
temos. Desse modo, para gerar créditos de carbono não basta apenas transformar
a floresta em um santuário intocável.
Poucos dão a devida atenção à um aspecto fundamental de
projetos dessa natureza: a Adicionalidade.
Um projeto REDD+ deve apresentar uma forma alternativa de
uso da terra de modo que a "nova" viabilize a manutenção e
preservação da floresta em pé. Muitos trabalhos científicos (de alta
representatividade no setor acadêmico mundial) defende a tese de que
"Governança" é a melhor tática para redução de desmatamento ilegal.
No entanto, "governança" não tem relação, necessariamente, com
Governo, mas com presença de "dono". Um projeto de manejo da
floresta, seja para produção de madeira ou qualquer outro produto e/ou serviço
florestal, já representa governança suficiente para conter avanços de pressões
na floresta. Ou seja, inserir uma simples placa "Área protegida" não
irá produzir os resultados desejados. Mas, o projeto de sustentabilidade por
meio do uso racional dos produtos e/ou serviços da floresta sim.
Sendo assim, a ideia do curso é apresentar de forma
simples e objetiva que: projetos REDD+ não são tão simples assim e não precisam
ser considerados a única forma de conservação de florestas naturais maduras.
Serão apresentados os principais tópicos e temas que precisam ser abordados num
projeto e quais considerações precisam ser analisadas para o sucesso de um
projeto.
Saiba todas as informações e inscreva-se aqui ou entre em contato através do número 19 34290868 / bruno@imaflora.org - Bruno Brazil.
Aproveitem!
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