Tema será debatido em março, durante workshop em Manaus
que reunirá especialistas de diversas áreas ambientais
Conter as consequências das alterações climáticas no
planeta causadas pelas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) é um dos
maiores desafios da humanidade neste século 21. Na mais recente reunião do
clima entre países do mundo inteiro, a COP 21 realizada em Paris em dezembro de
2015, o texto final do acordo chamado “Transformando nosso mundo: a agenda de
Desenvolvimento Sustentável para 2030” reconhece que as alterações climáticas
são uma ameaça urgente e potencialmente irreversível e exige uma grande cooperação
de todos os países para acelerar a redução das emissões globais de GEE,
especialmente o CO2. O Brasil tem um papel importantíssimo na agenda de
Desenvolvimento Sustentável, especialmente conservando a floresta amazônica.
Uma das formas efetivas de proteger as florestas é multiplicar os projetos de
redução de emissões por desmatamento e degradação de florestas (REDD+) e
incrementar o mercado de créditos de carbono.
Neste contexto mundial atual o Workshop REDD+ Amazônia –
Do desenvolvimento à implantação, a ser realizado em março em Manaus, no estado
do Amazonas, quer contribuir para a redução das emissões brasileiras formando
um grupo heterogêneo de profissionais do setor agroambiental e de mercado de
créditos de carbono que ajudará o governo a atingir os compromissos assumidos
no acordo de Paris. O workshop foi desenvolvido pelo Instituto de Manejo e
Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), em parceria com o Instituto
National de Pesquisas Amazônicas (Inpa) e a Hdom Engenharia e Projetos Ambientais.
O REDD+ consiste em recompensar pessoas e governos
detentores de florestas nativas que trabalhem para evitar o desmatamento e a
degradação, uma vez que a vegetação em pé ajuda a manter o equilíbrio do clima
retendo grandes quantidades de carbono. Assim, seria possível remunerar as
emissões evitadas pela geração de créditos de carbono negociados em mercados
financeiros. No Brasil, a maior causa das emissões é o desmatamento e
degradação das florestas nativas. A estimativa é de que mais da metade do carbono
que o país libera na atmosfera é proveniente dessa atividade, sobretudo na
Amazônia.
Tiago
Ricci, advogado especializado em questões jurídicas ambientais que há 10 anos
atua na área de regulação climática e mercados de ativos ambientais, abordará,
no Workshop, as diversas etapas dos estudos de viabilidade jurídica na
implementação de projetos de REDD+. “O conceito teórico, a experiência prática
e a diversidade de conhecimentos que trarão diferentes conteúdos torna o curso
ainda mais completo”, diz Ricci. Ele acredita que o workshop trará uma bagagem
enriquecedora para sua área: “Certamente vai gerar maior fundamento no meu
campo de atuação. É importante ouvir e entender o conteúdo multidisciplinar que
envolve a matéria climática para desenvolver nosso trabalho de forma mais
embasada e fundamentada”. Ricci antevê a importância do encontro também para as
decisões governamentais na área de mitigação dos efeitos das mudanças
climáticas. “A matéria, por si só, já é de extrema relevância no cenário internacional
político, econômico, social e ambiental. O Brasil é peça fundamental para o
alcance das metas do acordo de Paris”, diz.
O
gerente do Programa de Mudanças Climáticas e REDD+, do Instituto de Conservação
e Desenvolvimento da Amazônia (Idesam), Pedro Soares, é da mesma opinião. Seu
trabalho consiste em coordenar projetos e captação de recursos para implantação
de programas de REDD+ com produtores rurais e comunidades tradicionais da
Amazônia. No workshop, Soares quer mostrar porque o REDD+ é o grande vetor de
mitigação das mudanças climáticas. “Também quero mostrar como estão os projetos
de redução de emissões por desmatamento e degradação no Brasil, nos níveis
estadual e federal, e apontar as dificuldades que enfrentamos na Amazônia para
conseguir financiamento”, resume.
Para
Pedro Soares, a realização do workshop acontece em momento muito favorável.
“Estamos num período de retomada dos projetos de REDD+ no país. Tudo estava
muito morno nos últimos anos, mas depois da COP 21 houve uma grande mobilização
da sociedade civil e dos estados amazônicos para avançar de forma mais
concreta. A expectativa atual é de incremento dos projetos”, prevê o
especialista do Idesam. E completa: “Nesse cenário positivo o workshop só tem a
agregar conhecimento e mostrar a eles a boa perspectiva de elaboração de
projetos, desafios e oportunidades que temos pela frente”.
O pesquisador de política ambiental e gestor
de projetos do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Tiago Reis,
também estará presente no workshop promovido pelo Imaflora. Graduado em
relações internacionais e mestre em ciências e política ambiental com
especialização em gestão e avaliação de políticas públicas, Reis reitera a
ótima oportunidade para a troca de ideias e expertises durante o encontro em
Manaus. “O REDD+ é um poderoso instrumento econômico para a conservação de
nossas florestas. É preciso debater as oportunidades de incremento dos projetos
e propor soluções diante das barreiras que ainda existem para a sua plena
implementação”, conclui.
Workshop REDD+ Amazônia – Do desenvolvimento à
implantação.
Encontre as principais referências do Brasil em projetos
de carbono.
Quando – de 13 e 17 de março de 2017
Onde - Sede da Estação Experimental de Silvicultura
Tropical do Inpa, em Manaus.
Carga horária - 57 horas
Vagas disponíveis – 20 vagas
Investimento – R$ 2.800,00 ( No valor do Workshop estão inclusos: hospedagem, alimentação,
material didático teórico, experimentações práticas e translado aeroporto - ZF2
em horário determinado).
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