Qual o peso da agricultura familiar na emissão e na
remoção dos gases que contribuem para o aquecimento global? E qual a
contribuição desse segmento para uma agricultura de baixo carbono?
A
pergunta parte da premissa de que a desigualdade social e a exclusão podem
comprometer o sucesso de inciativas na direção do desenvolvimento sustentável,
incluindo as metas com as quais o Brasil se comprometeu ao ratificar o Acordo
de Paris.
A falta de estudos
que atendessem a essas respostas levou a Solidariedad Brasil, com apoio técnico
do Imaflora, a se voltarem para o tema. O resultado desse trabalho pode ser
conhecido em “Balanço de Carbono na produção agrícola familiar na Amazônia:cenários e oportunidades”, que equaciona, pela primeira vez, indicadores e
métodos para mensurar e monitorar as emissões de gases de efeito estufa em
pequenas unidades e, a partir disso, contribuir para o desenho de políticas
públicas e setoriais voltadas para uma agricultura de baixa emissão de carbono.
O trabalho de campo foi realizado em um dos maiores assentamento da América Latina, o
Tuerê, em
Novo Repartimento, no Pará, município onde
a pecuária é predominante – quase
um milhão de cabeças – mas, que desde 2000, vem registrando um aumento dos
cultivos de cacau na renda dos moradores.
O cultivo, no entender dos pesquisadores, tem alto potencial de inclusão
social, uma vez que se aumenta a cobertura vegetal da região, reduz a degradação do solo e gera renda para
os produtores.
Construídos
os parâmetros, os pesquisadores traçaram cinco cenários, tendo a produtividade,
desmatamento e manejo como principais variáveis e que permitiram medir a
relevância do papel da agricultura familiar da Amazônia na redução das emissões
dos gases que contribuem para o aquecimento global.
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