O Imaflora vai colaborar com os estudos técnicos do grupo
do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que trabalha na
elaboração de Green Bonds “ou títulos verdes”, que visam capitalizar os
produtores de cacau que se comprometam com a utilização de práticas
responsáveis com o meio ambiente e incentivar as indústrias dessa cadeia.
Representam o
Imaflora nesse grupo de trabalho, o engenheiro florestal Marcos Fróes, que
coordena projetos com agricultores familiares no cultivo de cacau, em São Félix
do Xingu, no Pará e Ciniro Costa Júnior, químico, pesquisador, que concentra
seus estudos na análise dos ciclos de carbono e nitrogênio e efeitos sobre as
mudanças climáticas na agropecuária.
Os profissionais destacam o potencial da agricultura
familiar na criação de um plano de resiliência climática e produtiva no campo e
a enorme contribuição do cacau, como cultivo que permite a associação de
práticas agroflorestais e pode ser um aliado decisivo no cumprimento das metas
do Acordo de Paris, como demonstra o trabalho “Balanço de Carbono na produção agrícola familiar na Amazônia: cenários e oportunidades”, realizado pelo Imaflora e Solidariedad.
“Diante das
possibilidades colocadas por esse cenário, é importante termos ferramentas e
mecanismos de verificação que permitam avaliar se as práticas empregadas em
campo, de fato, correspondem à expectativa de gerar impactos positivos para o
meio ambiente na direção de uma agricultura com baixa emissão de carbono”, diz
Ciniro. O pesquisador lembra ainda que, de acordo com informações da Associação
Nacional da Indústria Processadora de Cacau há falta de cacau no mercado
mundial e há potencial, no Brasil, para suprir essa demanda. Para ele, trata-se
de uma grande oportunidade para pensar em ações estruturantes na cadeia do
cacau, com recursos financeiros que possibilitem o acesso a assistência técnica
de qualidade e sistemas produtivos agroecológico e, de forma harmônica e
melhorando a qualidade de vida do agricultor familiar.
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