Marcas globais de café, organizações ambientais e
sociedade civil endossam o programa inovador de investimento liderado pelo
Consórcio Cerrado das Águas.
Patrocínio, Minas Gerais – Começará este mês um programa
inovador, que visa preservar a biodiversidade e o fornecimento de água na
Região do Cerrado Mineiro, responsável por 12% da produção nacional de café.
A iniciativa é promovida pelo Consórcio Cerrado das
Águas, uma plataforma que reúne diferentes atores (produtores, marcas de café,
ONGs ambientais locais e globais), cujos esforços resultaram na fundação de uma
organização independente para promover o desenvolvimento ambiental através da
restauração, da agricultura inteligente e da gestão eficiente de recursos
hídricos.
Com apoio da União Internacional para a Conservação da
Natureza (UICN) e da Nespresso, Nestlé, Lavazza, Cooperativa Expocaccer e
Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola se uniram
para firmar um compromisso de cinco anos para a criação e apoio técnico ao
Programa de Investimento no Produtor Consciente. O programa reunirá frentes de
trabalho que visam melhorar a oferta e o fornecimento de serviços
ecossistêmicos (como saúde da água, solo, estoque de carbono, entre outros), a
fim de alcançar a resiliência climática de uma paisagem ou território.
O projeto piloto será implementado na bacia do Córrego
Feio, localizada no município de Patrocínio, Minas Gerais. O Consórcio planeja
investir na proteção dos ecossistemas naturais em aproximadamente 124
propriedades ao longo da bacia, que apresenta em grave escassez e conflito
hídrico. “O novo programa de investimentos fornecerá incentivos financeiros e
expertise para que todos os proprietários de terras tornem seus ativos
ambientais cada vez mais saudáveis e produtivos nessa importante bacia
hidrográfica”, disse Giulia Carbone, vice-diretora do Programa de Negócios e
Biodiversidade da UICN. “Os
proprietários serão literalmente e na prática os gerentes dos ativos
ambientais, e suas decisões para proteger os serviços ecossistêmicos chave –
como florestas e rios – contribuirão diretamente à recuperação da paisagem do
Cerrado.”
Este ano, as empresas se comprometeram a investir US$100
mil. Além disso, o Consórcio já recebeu um subsídio de US$ 400 mil do Fundo de
Parcerias para Ecossistemas Críticos (CEPF). Esse foi o maior subsídio já
concedido pelo CEPF, que conta com exigente doadores como a Agência Francesa de
Desenvolvimento (AFD), União Européia, Fundo Mundial para o Ambiente (GEF),
Governo do Japão e Banco Mundial.
“O Consórcio Cerrado das Águas demonstrou porque as
empresas precisam adotar uma abordagem de longo prazo e contribuir para a
paisagem mais ampla onde trabalhamos. Da
mesma forma, o setor público tem que se comprometer a assegurar que essas
soluções inovadoras sejam aumentadas e capazes de entregar benefícios
duradouros à população da região.” Segundo Mario Cerruti, Diretor Global de
Relações Institucionais e Sustentabilidade na Lavazza.
A Federação dos Cafeicultores do Cerrado, entidade que
protege, promove e controla a Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro,
local de atuação do Consórcio Cerrado das Águas, apoiou a captação do recurso
junto do CEPF e atuou como Secretaria Executiva do Consórcio nos últimos quatro
anos. “Os produtores da Região do Cerrado Mineiro são comprometidos com a
sustentabilidade do território em que estão inseridos. E o Consórcio Cerrado
das Águas é um projeto que veio ao encontro desse comprometimento e da
consciência ambiental que sempre esteve presente no Cerrado Mineiro”, explicou
Juliano Tarabal, Superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.
“Promover a
recuperação e conservação dos serviços ecossistêmicos como um seguro contra a
mudança climática nessa paisagem importante é um objetivo chave do programa de
investimentos”, disse Guilherme Amado, gerente da Nespresso no Brasil. “No local piloto de Patrocínio, onde todo o
município e os cafeicultores dependem dessa única bacia, os produtores também
terão uma visão clara da degradação dos serviços ecossistêmicos em suas
propriedades, e receberão conselhos profissionais e financiamentos para
torná-las resilientes ao clima.”
Todos esses esforços são críticos para recuperar a
paisagem e suas cadeias de valores. O programa está estabelecendo novos
paradigmas para importantes frentes de conservação como a restauração de
vegetação nativa. Peggy Poncelet, Diretora do CEPF, conta que “o objetivo é
alcançar uma restauração de vegetação nativa 100% livre de químicos, a um custo
85% mais baixo do que o custo praticado atualmente no Cerrado, que é uma área
global crítica para a perda de biodiversidade.
As parcerias com os laboratórios agroecológicos locais, com a EMBRAPA e
a EMATER ajudarão a testar novas tecnologias para reduzir a incidência das
ervas daninhas e pragas.”
Nota aos Editores:
Sobre o Consórcio de Águas do Cerrado:
Criado em 2015, o Consórcio Águas do Cerrado, organização
legalmente independente, é uma plataforma que agrega empresas, organizações da sociedade civil e
representantes do governo com o objetivo de promover o desenvolvimento
ambiental por meio da restauração da paisagem e manutenção dos serviços
ecossistêmicos do Cerrado brasileiro. São membros do Consórcio Águas do
Cerrado: CerVivo, Conservação Internacional, Critical Ecosystem Partnership
Fund (CEPF), Cooxupé, Expocaccer, Federação dos Cafeicultores do Cerrado ,
Imaflora, UICN, Lavazza, Nespresso, Nestlé e Departamento de Água e Esgoto de
Patrocínio (DAEPA)
Para mais informações, contatar:
Ana Lima, Secretária Executiva do Consórcio Cerrado das
Águas, tel: +55 11 999010882; email: ana@olab.com.br
Renata Bennet, Oficial de Comunicação da UICN no Brasil,
tel.: +55 61 99819 3905; e-mail: renata.bennet@iucn.org
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