por
Elisa Hardt
O IMAFLORA está investindo esforços em uma
nova área na Instituição, a de Sistemas de Informação Geográfica - SIG. A ideia é ampliar essa experiência entre os
membros da equipe, e dessa forma amplificar a aplicabilidade da ferramenta,
tanto nas práticas internas, quanto na avaliação do impacto das ações externas
do IMAFLORA.
Já
houve avanços importantes, como o mapeamento das localizações geográficas de
todas as ações do Instituto, do Pará ao Rio Grande do Sul, incluindo as
certificações de chá, na Argentina (Figura abaixo).
O
mapa das ações mostra grande concentração de projetos de desenvolvimento local em
Unidades de Conservação, no Norte; certificação agrícola, principalmente nos
estados de Minas Gerais e São Paulo; e certificação florestal em todos os
estados do sudeste, e em cidades do Norte e Nordeste.
A
atividade permitiu a composição de um banco de dados com diversas informações
sobre os empreendimentos certificados e os projetos locais, como data de início
e finalização das ações, área total e de produção e informações de contato. (Mapa no site)
A ferramenta está permitindo criar uma base de
dados em SIG, a partir do levantamento, organização e a sistematização das
informações disponíveis, com mapas de limites das propriedades de certificação
agrícola e florestal do Imaflora, de uso e cobertura da terra, hidrografia,
entre outros resultados de interesse.
A
intenção é criar um banco de dados suficientemente robusto para que, em alguns
anos, seja possível ampliar a escala temporal de avaliação e incorporar ao IMAFLORA
práticas de monitoramento de impactos sociais e ambientais de seus projetos
junto às comunidades.
Além
de ajudar na interpretação, interação e monitoramento de impactos, a
espacialização das ações do Imaflora, por si só, já gerou autoconhecimento e
transparência externa para a Instituição.
O
grande desafio está no acesso aos dados existentes e na incorporação de novas práticas
de inclusão dessas variáveis no processo.
Essa
estruturação de dados geoespaciais vai de encontro a outra perspectiva do
IMAFLORA que é o investimento em novas iniciativas em pesquisa científica.
A
meta é medir os impactos socioambientais dos projetos, com o fim de avaliar
estratégias e ações e poder ter uma incidência mais qualificada em políticas
públicas. Para alcançá-la, contamos com a participação de pesquisadores e
instituições parceiras de ensino e pesquisa.
Já
em andamento, há um projeto de pesquisa a respeito dos impactos na conservação
ambiental decorrentes da certificação de café em fazendas do bioma Cerrado, no
oeste de Minas Gerais. Foram selecionadas duas espécies indicadoras (pequenos mamíferos)
para avaliar o grau de conectividade ecológica de um grupo de fazendas
certificadas, em relação a outro grupo de fazendas não certificadas.
Os
resultados, ainda em análise, permitirão avaliar a premissa inicial de que as
normativas da certificação agrícola trazem contribuições para a conservação da
biodiversidade, redução do desmatamento e a promoção da restauração de
ecossistemas naturais.
Foram
estabelecidas colaborações de pesquisa com ESALQ, UFABC-CEBRAP, UNICAMP, USP e
Universidade da Califórnia. Também existem parcerias para intercâmbio de alunos
estrangeiros (graduação e pós-graduação), principalmente da Universidade de
Oxford.
O
IMAFLORA tem o propósito de manter um processo contínuo de autoavaliação e
identificação de impactos de suas ações. Embora o uso de ferramentas
geoespaciais ainda esteja começando, tem grande potencial para melhorar esse
processo com o tempo.
Elisa Hardt é bióloga,
mestre em Recursos Florestais pela ESALQ e doutora em Engenharia pela Unicamp.
No Imaflora é pesquisadora e corresponsável pela avaliação de impactos socioambientais.
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