sexta-feira, 29 de março de 2013

De onde vem o seu chocolate: do coelho, da Amazônia ou da África?


Por Tharic Galuchi 
Fonte: Folha de São Paulo (29/03/2013)

Nesta Páscoa, ao comer um saboroso chocolate, poucos se perguntarão como foi produzido e onde foi cultivado.

O formato dos frutos de cacau, vistos na televisão, podem fazer uma criança acreditar que realmente o chocolate venha do ovo de páscoa trazido por um coelho. No entanto, nem mesmo adultos chocólatras acabam conhecendo a origem desse alimento, que um dia foi descrito como comida dos deuses. A distância entre áreas de produção de cacau e os grandes centros consumidores dificultam ainda mais conhecermos a realidade da cacauicultura.

O cultivo de cacau tem limitações climáticas, que obrigam sua produção a se localizar em áreas tropicais, preferencialmente úmidas, como é o caso do Sul da Bahia, região transamazônica do Pará, países da Costa África e Indonésia. Além do clima, as regiões produtoras têm grandes semelhanças como alta biodiversidade e baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Atualmente, a Costa do Marfim, Gana e Indonésia lideram o ranking dos países produtores e exportadores de cacau. Com uma dinâmica diferente, o Brasil, sexto maior produtor, tem uma indústria consolidada e mercado interno capaz de absorver toda produção interna, sendo o quinto consumidor mundial e um exportador sem relevância.

E a demanda, como todo Brics, é crescente, com o setor industrial de chocolates e balas avançando em taxas anuais próximas a 10%. Isso nos faz imaginar que os produtores brasileiros, devastados pela doença da vassoura de bruxa em suas lavouras, desde a década de 80, finalmente compartilharão dos benefícios do ótimo momento.

Pelo contrário, o setor produtivo atravessa um momento delicado, onde a baixa de preços está direcionando o cultivo para a inviabilidade econômica, chegando aos mais baixos preços já vistos no nosso país. O fenômeno pode ser melhor explicado por economistas, mas os produtores nacionais responsabilizam a queda pelo aumento nas importações brasileiras de cacau da Costa Africana, sem nenhuma garantia mínima de que foi produzido com responsabilidade socioambiental.

As principais empresas multinacionais do setor, Nestlé, Mars, Kraft Foods (atual Mondelez), Ferrero e Hersheys, já mostraram sua preocupação com a origem do chocolate que fabricam, comprometendo-se publicamente a adquirir 100% de cacau com garantias de sustentabilidade e certificação até 2020.

Gradativamente essas empresas oferecem novas opções de consumo na Europa e nos Estados Unidos, desde barras de chocolate até sorvetes identificados com selos verdes de certificação.

Mas a principal mudança dessas iniciativas está bem longe das prateleiras do supermercado: a melhoria de vida e conservação das florestas nas fazendas. Esse resultado está sendo observado no crescente número de produtores certificados com os selos Fair Trade, UTZ Certified e Rainforest Alliance Certified, a taxas superiores a 20% ao ano em 2011, principalmente na África.

Os compromissos das grandes corporações ainda não causaram impactos significativos no Brasil, havendo apenas iniciativas pioneiras e ousadas de produtores que vislumbram essa tendência e querem produzir seguindo conceitos de sustentabilidade.

As fazendas M.Libânio e Vale do Juliana, cravadas na Mata Atlântica, da tradicional região cacaueira do Sul da Bahia, são os exemplos de produtores certificados que temos no Brasil e que estão servindo de referência a produtores da Amazônia, no Pará, a nova fronteira do cacau e da certificação.

Tais iniciativas podem estar condenadas pela atual crise no setor, falta de mercado interno que reconheça esse diferencial e morosidade dos compromissos assumidos chegarem ao Brasil.

Mas nem tudo está perdido! Nesta Páscoa, a Harald, indústria nacional, nos deu uma opção e lançou no mercado nacional o primeiro chocolate, com fins culinários, com selo Rainforest Alliance Certified, uma garantia de origem que contribui para proteger a biodiversidade e a vida dos trabalhadores do cacau.
Tharic Galuchi, 30, engenheiro agrônomo, é coordenador de certificação do Imaflora. A ONG, representada por Luís Fernando Guedes Pinto, também engenheiro agrônomo, é integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Nessa Páscoa, o chocolate vem com responsabilidade socioambiental

Chega ao mercado paulista primeira linha com certificação da Rainforest Alliance Certified

Nessa Páscoa, os profissionais, que usam o chocolate como ingrediente de seus produtos, poderão oferecer um diferencial ao seu consumidor: responsabilidade social com o meio ambiente. Chega ao mercado a primeira linha de chocolates para coberturas de bolos, recheios e matéria-prima de doces, com a certificação socioambiental, identificada pelo selo Rainforest Alliance Certifed.

Industrializado pela Harald, tradicional fabricante brasileiro, a linha Harald Melken Unique Chocolate amargo 53%, tem cacau da fazenda M. Libânio, localizada no Sul da Bahia e auditada pelo Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) que alcançou a certificação. 

Para conquistar essa certificação, o empreendimento precisa comprovar o cumprimento de mais de cem critérios sociais e ambientais, entre os quais aqueles que comprovem que suas práticas agrícolas promovem a biodiversidade da região, o respeito à vida silvestre, aos recursos hídricos, ao solo, e também levam em consideração a qualidade de vida dos trabalhadores e suas famílias, garantindo direitos e benefícios adequados, como salários dignos, água potável, segurança, acesso à educação e saúde. Nesse caso, certificação ganha relevância especial, pois a fazenda está numa região onde existe ainda um  grande remanescente de Mata Atlântica e possui 755 hectares de área de conservação. A M. Libânio é referencia em produção de cacau de qualidade, com amostras classificadas no “Salon Du Chocolat 2010” em Paris.  

A linha da Harald, com o cacau da M.Libânio, é apresentada em barras de 1 quilo, meio quilo, 400 gramas, grânulos ou pó, com as coordenadas geográficas identificando a procedência na embalagem. Assim, o consumidor ganha nova opção, que vai além da gastronômica: a de escolher, na prateleira do supermercado, o compromisso com boas práticas no campo, que contribuem com a conservação da natureza. 



sexta-feira, 15 de março de 2013

A Roundtable on Sustainable Biofuels (RSB) tem o prazer de anunciar sua decisão de reconhecer o padrão FSC® - Forest Stewardship Council, que certifica o manejo florestal responsável

Uma vez que os padrões RSB e FSC estão alinhados na maior parte dos aspectos de sustentabilidade, as florestas e operadores certificados pelo FSC poderão agora ter acesso ao mercado de biocombustíveis e de bioenergia recebendo a certificação RSB por meio de um processo de auditoria simplificado, com economia de tempo e de recursos. Esse processo irá incentivar o desenvolvimento de combustíveis avançados, aumentando o fornecimento de produtos florestais sustentáveis e de material ligno-celulósico para os produtores de biocombustíveis e de bioenergia.

“Este movimento, que reconhece o alto nível de sustentabilidade das operações certificadas pelo FSC, oferece ao setor maior acesso aos mercados de bioenergia", disse Barbara Bramble, Presidente do Conselho da RSB. "A iniciativa faz parte de um projeto em andamento da RSB para simplificar os requisitos de certificação para os padrões de sustentabilidade já estabelecidos, e estamos muito satisfeitos com o resultado do relatório de benchmarking, que indicou nossos padrões como comparáveis”.

"É uma satisfação sermos reconhecidos pela RSB, pois isso demonstra o nosso papel de liderança na certificação florestal e no manejo florestal responsável. É também um importante indicador de como as organizações líderes e que possuem o mesmo espírito podem colaborar em todos os setores e criar valor adicional para os seus beneficiários ", disse Kim Carstensen, diretor geral do FSC”.

Esse reconhecimento está fundamentado em um processo de benchmarking realizado pela RSB para comparar os respectivos requisitos de sustentabilidade dos Princípios e Critérios RSB e os Princípios e Critérios do FSC (versões 4 e 5). A comparação revelou que as florestas certificadas pelo FSC poderiam ser de fato consideradas compatíveis com todos os 12 Princípios e Critérios RSB, com exceção do RSB Princípio 3 (Gases de Efeito Estufa) e o RSB Princípio 6 (Segurança Alimentar – que não se aplica às florestas naturais). A análise completa está disponível mediante solicitação por e-mail: info@rsb.org.

Sobre a RSB
A Roundtable on Sustainable Biofuels desenvolveu um padrão de sustentabilidade global e um sistema de certificação para a produção de biocombustível. O padrão de sustentabilidade da RSB representa um consenso global de mais de 100 organizações, incluindo produtores rurais, refinarias, órgãos reguladores e ONGs, e foi concebido para garantir a sustentabilidade da produção de biocombustíveis, ao mesmo tempo que orienta a conformidade para a indústria. Mais informações: www.rsb.org

Sobre o FSC
O Forest Stewardship Council é uma organização não governamental, independente e sem fins lucrativos, criada para promover o manejo responsável das florestas do mundo. Estabelecido em 1993, o FSC é um fórum pioneiro de partes interessadas que convoca o consenso global a respeito do manejo florestal responsável, por meio de um processo democrático. O FSC desenvolveu o sistema de certificação FSC, baseado em seus Princípios e Critérios, e o Programa de Acreditação FSC, operado por Accreditation Services International. Mais informações: www.fsc.org

RSB e FSC são membros da ISEAL Alliance, que define códigos de boas práticas para organizações que estabelecem padrões de sustentabilidade.


Fonte: FSC Brasil


 

Está aberta, até 30 de abril, a primeira rodada de consulta pública dos Indicadores Genéricos Internacionais (IGI)

O Grupo de Trabalho dos Indicadores Genéricos Internacionais (IGI WG) disponibilizou para consulta pública a primeira versão dos IGIs.

A consulta foi iniciada em 1° de março e se estenderá durante 60 dias.

O objetivo da consulta pública é receber a opinião sobre os indicadores propostos, que constituirão a base da migração das normas nacionais para os novos Princípios e Critérios do FSC. Membros e partes interessadas podem participar, sendo que além desta primeira rodada de consulta pública, ainda está prevista a segunda rodada a partir de setembro.

Como participar

Parceiros internacionais

Uma pesquisa online para obter a opinião sobre o primeiro draft dos IGIs foi desenvolvida e pode ser encontrado na página inicial do site dos IGIs. Essa pesquisa não precisa ser preenchida de uma só vez. É possível começar a responder, salvar as respostas, e continuar em qualquer outro momento.

Não é obrigatório fornecer comentários em cada seção da pesquisa. Se não houver um parecer, é possível ignorá-lo e continuar preenchendo o restante.

Essa pesquisa online é o método padrão para fornecer comentários. Interessados sem acesso à internet podem fazer comentários através do FSC Brasil, do Representante Regional (no Peru) ou da Policy and Standards Unit (PSU) do FSC, que fornecerá um modelo alternativo para comentários.

Organizações Brasileiras

Partes interessadas brasileiras são convidadas a fornecer sua opinião através do FSC Brasil e participação em uma das três reuniões que serão realizadas no mês de abril.

Confira os locais e datas:

 * São Paulo: 05 de abril;
 * Belém: 09 de abril;
 * Três Lagoas: 17 de abril.

Para participar das reuniões e receber mais informações envie um email para info@fsc.org.br<mailto:info@fsc.org.br>.

O FSC Brasil também disponibilizou uma versão em português do documento, para ampliar o acesso a informação e a participação dos membros e partes interessadas. Faça o download da versão em português (anexo) e envie seus comentários por email.

O FSC Brasil participará do seminário regional nos dias 14 e 15 de março em Lima, no Peru. O objetivo deste encontro é partilhar impressões, identificar problemas em nível nacional e construir visões regionais.

No momento da avaliação dos comentários recebidos através da consulta pública, comentários coletivos terão um peso maior do que comentários individuais, em linha com as regras de votação da Assembléia Geral. Para comentários de nível nacional com balanço de câmaras, é dado um peso ainda maior, pois eles têm acordos entre as câmaras em nível nacional.

A PSU vai reunir os feedback, regionais e nacionais, que serão analisados e apresentados ao Grupo de Trabalho IGI (IGI WG) para consideração.

Certificadoras

Certificadoras também podem fornecer feedback através das suas representações no IGI WG, ou fornecê-la diretamente ao PSU através da pesquisa online.

Não perca esta oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do sistema FSC!

Fonte: FSC Brasil



quarta-feira, 13 de março de 2013

Princípios de Credibilidade da ISEAL – março 2013

A segunda consulta pública sobre os Princípios de Credibilidade da ISEAL iniciou no dia 01/03/2013 e se estenderá até o dia 30/04/2013. O documento em análise já é resultado de um processo que teve a participação de representantes de muitos países e de inúmeras partes interessadas e que durou três meses. 

Para participar dessa nova fase da consulta leia a versão 0.3 completa dos Princípios de Credibilidade ou o resumo executivo e encaminhe comentários e sugestões, usando o formulário disponível, por e-mail para Amy Jackson (amy@isealalliance.org). Todos os comentários e sugestões serão devidamente analisados, consolidados e incorporados ao nosso documento final sobre Princípios de Credibilidade.

Documentos e formulários: 
Princípios de credibilidade (versão completa) 
Formulário para envio de comentários 
Sobre os Princípios de credibilidade

Se tiver alguma dúvida, entre em contato com a ISEAL pelo e-mail amy@isealalliance.org. Para mais informações, acesse a página eletrônica da ISEAL, onde todos os documentos já estão traduzidos para o português. Participe, sua contribuição é fundamental. 


 

terça-feira, 12 de março de 2013

Abertas inscrições para Prêmio Empreendedor Social e Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro 2013



Candidatos devem se inscrever até o dia 8 de abril, somente pelo site da premiação. Nesta edição, haverá Menção Honrosa para iniciativas ligadas ao Ano Internacional de Cooperação pela Água das Nações Unidas
Estão abertas até 8 de abril as inscrições para a 9ª edição do Prêmio Empreendedor Social, realizado pela Folha de S.Paulo em parceria com a Fundação Schwab — correalizadora do Fórum Econômico Mundial de Davos —, e para a 5ª edição do Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro.
As premiações revelam líderes de projetos socioambientais de todo o país à frente de iniciativas inovadoras para benefício direto de pessoas em situação de risco social e/ou ambiental, sejam eles consolidados ou em início de carreira. Nesse ano, trazem duas novidades:
• categoria Menção Honrosa, na qual serão premiadas iniciativas ligadas ao Ano Internacional de Cooperação pela Água das Nações Unidas;
• extensão dos benefícios oferecidos pela Fundação Schwab aos três finalistas mais bem avaliados e aprovados pelo seu Conselho (nos anos anteriores, apenas um era selecionado).
No site folha.com.br/empreendedorsocial, encontram-se formulário de inscrição, regulamentos e informações úteis.
Empreendedor Social
O Prêmio Empreendedor Social é reconhecido como o principal concurso de empreendedorismo socioambiental da América Latina. Ele chancela e dá visibilidade a mentores de cooperativas, negócios sociais e organizações da sociedade civil, que atuam há pelo menos três anos em iniciativas inovadoras, sustentáveis, com impacto social comprovado e potencial de influência em políticas públicas.
Respeitando esses critérios, os candidatos com mais de 18 anos podem ter foco em diversas áreas, como agricultura, meio ambiente, cultura, desenvolvimento de negócios, educação e saúde, entre outras.
Em 2013, devido a uma mudança nas regras, não apenas um, mas três finalistas poderão ter acesso aos fóruns econômicos regionais e mundial, a serviços jurídicos internacionais e a bolsas de estudos em instituições como Harvard e Stanford, nos Estados Unidos, e Insead, na França (veja abaixo a listagem das várias premiações).
“As iniciativas impactantes apresentadas pelos finalistas brasileiros são grandes exemplos de inovação social. Por isso, o Conselho da Fundação Schwab vai considerar a inclusão dos três finalistas mais bem avaliados em sua Rede de Empreendedores Sociais, hoje com 256 líderes de 61 países”, afirma David Aikman, diretor da Fundação Schwab. Vários outros benefícios também se estendem aos demais finalistas.
Parceria exclusiva da Fundação Schwab com o jornal Folha de S.Paulo, o Prêmio Empreendedor Social abrange todo o território brasileiro. “Com uma seleção rigorosa e que submete todos os finalistas aos padrões de investigação jornalística da Folha, o Empreendedor Social consolida-se como a mais transformadora premiação socioambiental do país”, afirma Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha de S.Paulo.
Empreendedor Social de Futuro
Para incentivar talentos emergentes e ideias recém-lançadas, o Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro foi criado em 2009 e é promovido exclusivamente pelo jornal. Sua finalidade é alavancar as iniciativas de jovens empreendedores na fase mais crítica de qualquer organização: o período de um a três anos.
As condições para se inscrever no Empreendedor Social de Futuro são: ter de 18 a 35 anos; desenvolver, há no mínimo um ano e no máximo três anos, propostas inovadoras como a criação de um produto, serviço ou aplicação de tecnologias sociais (veja abaixo a listagem das várias premiações), que precisem de visibilidade e capacitação para aumentar seu impacto social.
Menção Honrosa
Os finalistas das duas premiações terão como oportunidade extra candidatar-se à categoria Menção Honrosa caso desenvolvam iniciativas ligadas à temática e aos objetivos globais de 2013, eleito o Ano Internacional de Cooperação pela Água pelas Nações Unidas. Finalistas dos prêmios de anos anteriores integrantes da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais também poderão pleitear o reconhecimento.
O escolhido receberá do Instituto Humanitare capacitação, planejamento, treinamento e suporte na busca de recursos para potencializar seu projeto, incluindo uma visita à sede da organização, em Nova York (EUA), oportunidade em que terá acesso a informações para apoio técnico.
A Menção Honrosa tem parceria com o Instituto Humanitare (organização que aproxima mídia, academia, organizações empresariais e sociedade civil da Organização das Nações Unidas), o qual formará um comitê de seleção técnica para avaliar o projeto mais alinhado à proposta.
CALENDÁRIO 2013 DOS PRÊMIOS:
§         Até 8 de abril: regulamento e formulário de inscrição preenchido somente pelo site folha.com.br/empreendedorsocial
§         Até 9 de maio: selecionados para a segunda fase
§         Até 29 de maio: envio de documentos da segunda fase
§         Até 20 de junho: selecionados para a terceira fase
§         8 de julho: início das avaliações in loco
§         8 de setembro: fim das avaliações e definição dos finalistas
§         Até 30 de setembro: envio de relatórios para o júri
§         Outubro: publicação de reportagens com finalistas e júri; votação pelo público em geral para a categoria Escolha do Leitor no site dos prêmios
§         Novembro: integração à Rede Folha de Empreendedores Socioambientais; cerimônia de premiação; publicação do caderno especial Empreendedor Social na Folha de S.Paulo

INFORMAÇÕES E DÚVIDAS: empreendedorsocial@grupofolha.com.br

SITE PARA INSCRIÇÕES: folha.com.br/empreendedorsocial

ASSESSORIA DE IMPRENSA:
P&B Comunicação - Rivka Lopes - empreendedorsocial@uol.com.br Tel.: (11) 9 6291-1985

PREMIAÇÕES
Vencedor do Empreendedor Social
·         Auditoria financeira
·         Assessoria jurídica
·         Participação no Fórum Econômico Mundial da América Latina, com despesas de transporte e hospedagem pagas pela Fundação Schwab
·         Acesso aos fóruns econômicos regionais e mundial, a serviços jurídicos internacionais e a bolsas de estudo em instituições como Harvard e Stanford, nos Estados Unidos, e Insead, na França, desde que aprovado pelo Conselho da Fundação Schwab (benefício que será estendido a outros dois finalistas mais bem avaliados)
Vencedor do Empreendedor Social de Futuro
·         Curso de gestão para negócios socioambientais da Fundação Dom Cabral, em Minas Gerais, com passagem e hospedagem subsidiadas
·         Mentoria em aceleração de comunicação com o jornalista Gilberto Dimenstein
·         Assessoria jurídica especializada em Terceiro Setor
·         Treinamento individualizado em gestão financeira, operacional e/ou estratégica
·         Formação para desenvolvimento de negócios com impacto social
Finalistas dos dois prêmios
·         Perfis publicados em caderno especial da Folha de S.Paulo
·         Assessoria de imprensa
·         Videodocumentário de 5 minutos
·         25 fotos jornalísticas em HD do empreendedor e da organização
·         Bolsas de estudo para cursos, congressos e seminários
·         Networking com 35 parceiros, 57 integrantes da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais e 256 da Rede Schwab de Empreendedores Sociais
·         Relatório técnico da avaliação

Sobre a Folha de S.Paulo: jornal mais influente do Brasil, com mais de 1,6 milhão de leitores nas classes A e B na Grande São Paulo e no interior* e circulação média semanal de mais de 297 mil exemplares**, a Folha de S.Paulo tem como objetivo principal, nos prêmios Empreendedor Social e Empreendedor Social de Futuro, dar visibilidade ao empreendedorismo social, que visa à construção de uma sociedade sustentável e mais justa. Foi escolhida pela Fundação Schwab em 2005 para exercer, com exclusividade, o papel de realizadora do Prêmio Empreendedor Social no Brasil, país que acumula recordes de inscrição ano após ano.
Fundada em 1921, a Folha de S.Paulo completou no ano passado 92 anos de vida. Seu crescimento foi calcado nos princípios editoriais do Projeto Folha: pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência. Organizado em cadernos temáticos diários e suplementos, o jornal tem circulação nacional. Foi o primeiro veículo de comunicação do Brasil a adotar a figura do ombudsman e a oferecer conteúdo on-line a seus leitores.
*Estudos Marplan EGM – Mercados Grande São Paulo e interior - janeiro a dezembro de 2012 – Base 10+ anos
**IVC Dezembro/2012 - circulação paga - Folha de S.Paulo: 297.650
Sobre a Fundação Schwab: é uma organização independente e neutra, sem fins lucrativos, criada em 1998 por Klaus Schwab, mentor do Fórum Econômico Mundial, e sua mulher, Hilde. Seu propósito é promover o empreendedorismo social como elemento de estímulo para a inovação e o progresso na sociedade. Presente em todos os continentes, a entidade já selecionou para a sua rede 256 líderes sociais de 61 países. Entre eles, 17 são brasileiros, nove eleitos em parceria com a Folha de S.Paulo. Sediada em Genebra, a fundação é supervisionada legalmente pelo governo federal da Suíça.
LINKS ÚTEIS:
Site, regulamento e formulário de inscrição: folha.com.br/empreendedorsocial Siga os prêmios no Twitter: twitter.com/premioempsocial
Informações e dúvidas: empreendedorsocial@grupofolha.com.br







quinta-feira, 7 de março de 2013

Floresta certificada e segurança nos negócios

 Por David Escaquete*

Ao final do ano passado, notou-se um crescimento considerável em número de certificações na floresta amazônica em relação aos últimos cinco anos. Em 2012, a certificação FSC®, conduzida pelo Imaflora, para o manejo florestal empresarial na Amazônia, teve aumento de 15% na área certificada, passando de 625.692 ha para 721.321 ha.

Esse crescimento deve ser comparado não só com os números dos anos anteriores, mas também com o cenário do Brasil e do mundo, para que seja possível entendermos as razões do crescimento, oportunidades e desafios trazidos pela mesma e pelas perspectivas que se anunciam para o setor nos próximos anos.

O crescimento da certificação, dado em grande parte pelas concessões florestais, pode na mesma medida ser desafio e oportunidade para a consolidação da certificação como ferramenta de promoção da conservação e benefícios sociais na Amazônia, visto que, a manutenção dessas certificações depende não só da vontade e disposição do empreendedor em manter essas áreas de floresta certificada, mas do quão saudável é esta iniciativa para os negócios. Isso poderá ser dado através da consolidação de uma demanda real de mercado de produtos certificados, o que ainda é um desafio não só para o Brasil, como para o mundo. 

Estudos mostram a viabilidade econômica do manejo florestal certificado quando comparado ao convencional, contudo, o mercado de produtos certificados deve ser estimulado e concretizado para que as atividades em bases sustentáveis realizadas nas florestas, não só sejam mantidas, mas também aumentem.

Ainda na pauta de crescimento da certificação na Amazônia, sabe-se que este ocorreu tanto em áreas empresarias quanto comunitárias, contrapondo-se ao cenário de crise financeira dos empreendimentos. Como isso se explica? A que se deve tal crescimento?

Uma das hipóteses, além das oportunidades trazidas pelas concessões florestais, é a certificação sendo utilizada pelos empreendimentos no sentido de assegurar sua reputação e, por conseqüência, a proteção da imagem dos empreendimentos, aspecto cada dia mais valorizado no mundo dos negócios. O raciocínio emprestado para justificar tal crescimento pode estar relacionado ao valor que a certificação associa ao produto e por conseqüência a quem privilegia a compra do mesmo.

Esta lógica já é uma realidade para empresas orientadas a atenderem o mercado americano e europeu de madeira, tendo em vista as maiores exigências relacionadas à origem florestal da madeira ditada por regulamentações governamentais, tais como, Lacey Act (EUA) e EU Timber/FLAGT na Europa. Este tipo de abordagem nos faz rediscutir os motivadores que impulsionaram até hoje o aumento da certificação, que ultrapassa a intenção única de vender com sobrepreço.

A princípio esta postura contraria a expectativa hegemônica da vantagem financeira direta na comercialização dos produtos certificados, mas deixa um espaço para a dúvida se tal fato configura-se em oportunidade ou mesmo um novo desafio para a certificação de florestas naturais no Brasil. Isso porque essas regiões, normalmente, estão atreladas a contextos socioambientais complexos, dado pela presença de atividades ilegais, conflitos com comunidades tradicionais, desmatamento, entre outros, que podem de alguma forma ser considerado como risco para a imagem das empresas que se associam direta ou indiretamente a atividades/produtos provenientes dessas áreas.

Para responder ao risco reputacional percebido por consumidores, que tem causado incômodo tanto em empresas quanto em governos do mundo todo, inclusive no do Brasil, a certificação florestal, como instrumento civilizatório e transformador deve proporcionar processos de certificação realizados com alto grau de rigor técnico, gerados a partir de uma análise minuciosa dos riscos socioambientais associados a cada empreendimento, privilegiando sempre a participação social e em um alto nível de transparência, além de conseguir responder as questões colocadas pelos diferentes consumidores, através da criação de “sinergia entre as soluções” propostas pela certificação e expressas nas normas de certificação e também pelas diferentes regulamentações dos governos, por exemplo.

Com base nessas reflexões, entendemos que as expectativas de crescimento e consolidação da certificação florestal na Amazônia terá como um dos principais desafios a consolidação de um mercado consumidor para os referidos produtos, seja ele privado ou público e que a responsabilidade do sistema de certificação deve aumentar, visto que a cada dia deve assegurar “soluções sócio ambientais reais” que promovam de fato conservação dos recursos naturais associados, benefícios sociais e desenvolvimento local, principalmente em se tratando da região Amazônica dada a sua importância em vários aspectos não só para o Brasil, mas para todo o mundo. A valorização da participação da sociedade na decisão das referidas certificações, somado a transparência e alto rigor técnico na análise são valores que colocam a certificação florestal FSC® como um instrumento com grande potencial de mudança, aumentando os impactos positivos nas operações certificadas além contribuir com a diminuição do risco reputacional às empresas e demais consumidores de produtos certificados.
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* David Escaquete é engenheiro–florestal e coordenador de certificação florestal do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – www.imaflora.org).



Consulta Pública Online do Padrão para Avaliação de Plantações Florestais no Brasil

O FSC Brasil, em parceria com o FSC Internacional, está desenvolvendo um projeto para auxiliar o processo de migração para os novos Princípios e Critérios do FSC. Neste contexto, o primeiro passo é elaborar um padrão único, harmonizado, para avaliação de plantações florestais no Brasil. 

Contando com a participação de um Comitê de Especialistas Técnicos das quatro principais certificadoras de manejo florestal do Brasil (Bureau Veritas, Control Union, Imaflora e SCS) e do Comitê de Desenvolvimento de Padrões do FSC, foi elaborada a primeira versão do documento para consulta pública.

O documento é dividido em Princípios, Critérios e Indicadores. Os Princípios e Critérios não serão alterados. O que está em fase de consulta pública são apenas os Indicadores, e todos podem ser comentados.


A consulta pública começou no dia 1º de março, e se estenderá por 60 dias, tendo como data final 30 de abril de 2013.

O objetivo desta consulta é receber sugestões das partes interessadas sobre os indicadores. Os comentários serão registrados e avaliados por especialistas em manejo florestal e pelo FSC Brasil, responsáveis pela elaboração da segunda versão do documento.

A segunda versão será novamente submetida à avaliação do Comitê de Especialistas Técnicos e Comitê de Desenvolvimento de Padrões do FSC.

Para participar da consulta pública online, entre na página http://www.florestascertificadas.org.br/consulta-publica

Contamos com a sua participação! 


 Fonte: FSC Brasil
 

terça-feira, 5 de março de 2013

O verde de longo prazo



O Brasil já tem mais de 600 mil hectares de florestas públicas concedidas para empresas privadas, na Amazônia. O Pará detém a maior parte. Segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Florestal daquele estado (Ideflor), já são 477 mil hectares, entre a Floresta Estadual do Paru e o conjunto de glebas da Mamuru - Arapiuns, nas mãos de particulares. Há mais 145 mil hectares de Florestas Nacionais, a Saracá – Taquera, também no Pará, e a Jamari, em Rondônia, sob o mesmo regime. O Serviço Florestal Brasileiro, órgão responsável pela execução, no âmbito federal, da Lei de Gestão de Florestas Públicas, que possibilita a transferência da administração das florestas para a iniciativa privada, ainda tem acordos com os estados do Acre, do Amapá e do Amazonas, que estuda a possibilidade de licitar área da Floresta Estadual de Maués.

Certificação - Recentemente, boa parte dessa área alcançou a certificação FSC, com a Amata, a frente das operações na Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia e a LN Guerra, na Floresta Estadual de Mamiru-Arapiuns, no Pará.  

Esse fato rompe um ciclo de cinco anos marcados pela estagnação de matas na Amazônia sob a influência dos princípios socioambientais. “Os problemas fundiários na região são enormes. O fato do poder público dispor de áreas para a concessão é uma medida importante, já que são terras regularizadas.” observa Leonardo Sobral, gerente de certificação florestal do Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, organização que trabalhou na auditoria das duas empresas. Atualmente, em parte pelos efeitos da Lei, o Imaflora projeta um crescimento de 56% da área certificada na Amazônia em relação a 2012.

Ricardo Tamanho, diretor de operações da LN Guerra, aponta a certificação como fator de estabilidade nas relações comerciais: “Atrai bons parceiros na Europa, que colocam a certificação como condicionante já nos pré acordos”, diz ele. Na mesma direção Luciano Schaaf, responsável pela operação da Amata, diz que “a certificação FSC traz componentes de gestão de risco, rastreabilidade da madeira, endosso da sociedade civil, confiabilidade externa e interna para o corpo gerencial, para os acionistas e facilita o acesso aos mercados”. No ano passado, a Amata colheu 23 mil m3 de madeira em tora, exporta 60% de sua produção para o mercado internacional, tradicional consumidor do Angelim Vermelho, Cumaru, Jatobá e Sucupira.

Benefícios - Tanto Ricardo Tamanho quanto Luciano Schaaf ressaltam a importância do ambiente de segurança institucional criado a partir da Lei de Gestão de Florestas Públicas para o planejamento do manejo no longo prazo; um contraponto ao comportamento comum, que vem sendo o de sugar o máximo da floresta, em dois, três anos, para mudar de terras em seguida e recomeçar a retirada predatória.

Observadas as contrapartidas do modelo de concessão, aliadas aos requisitos socioambientais da certificação, a região amazônica pode passar por uma significativa mudança de paradigma, na qual a extração da madeira passaria a ser feita com o menor impacto possível sobre a floresta, as empresas atuariam como vetores de crescimento das regiões nas quais estão instaladas, com geração de empregos e outros benefícios para a comunidade. 

O executivo da LN Guerra cita alguns exemplos: por contrato, a empresa deve investir 4 reais por hectare explorado em benefícios diretos em infraestrutura para a comunidade, anualmente. “A partir desse segundo semestre serão 184 mil reais por ano, investidos em melhorias diretas, como água, luz, saneamento. Parte dos royalties que pagamos ao governo vai para o Ideflor, 30% retornam para o município, que ainda repassa recursos ao Fundeflor, fundo gerenciado pelo Instituto, que tem a finalidade de investir em projetos socioambientais, pesquisas e desenvolvimento. Além disso, estamos qualificando mão de obra e nossa meta é ter 94% dos trabalhadores contratados nos municípios de abrangência do projeto”. Tamanho lembra ainda que os recursos da iniciativa privada, por meio das concessões, chegam a regiões remotas, onde nem sempre o poder público consegue estar. “A localidade em que estamos não era sequer mapeada, a prefeitura nem sabia de sua existência”, conta.  

 Futuro - Embora sobrem desafios, um cenário novo começa a ser desenhado. Entre os principais obstáculos a serem superados, os empresários apontam a competição com o mercado ilegal de madeira e a falta de financiamento para projetos de manejo, em condições competitivas.  Para os certificadores, a meta é de outra ordem: “precisamos buscar soluções socioambientais que assegurem, cada vez mais, a conservação dos recursos naturais e a promoção de benefícios sociais”, afirma David Escaquete, coordenador de certificação florestal do Imaflora. “Em especial, quanto falamos da Amazônia, dada a sua importância para o Brasil e para o mundo”, finaliza. 




segunda-feira, 4 de março de 2013

Nova linha de bolsas da Gucci tem couro brasileiro, de empresas com certificação socioambiental, auditada pelo Imaflora

Os empreendimentos brasileiros possuem a certificação da Rainforest Alliance Certified™. A iniciativa da grife italiana é pioneira no mundo e mostra que é possível aliar consumo a práticas responsáveis com o meio ambiente.

A Gucci escolheu o couro da Fazendas São Marcelo Ltda., do Grupo JD, processado pelo frigorífico Marfrig – os quais, nos segmentos em que atuam são os pioneiros mundiais na conquista da certificação Rainforest Alliance Certified--  para fornecer a matéria-prima da linha das bolsas que acaba de lançar, em Paris.

Dessa forma, a grife italiana marca sua estréia no “Desafio Tapete Verde”, criado pela estilista da marca Lívia Firth, que pretende despertar a indústria da moda para a sustentabilidade. Os três modelos, que as consumidoras francesas conheceram em primeira mão, resultam do cumprimento de 136 critérios sociais e ambientais, entre os quais estão a comprovação do respeito à biodiversidade, ao uso dos recursos naturais, a adoção de medidas para a redução significativa de gases de efeito estufa, do respeito aos direitos trabalhistas, de condições dignas de trabalho, da ausência de mão de obra infantil, em todas as etapas produtivas da carne e do couro utilizados.

A iniciativa da Gucci foi saudada por Sabrina Vigilante, diretora de Iniciativas Estratégicas da Rainforest Alliance como “um exemplo brilhante, que demonstra que a pecuária pode gerar benefícios ao meio ambiente, aos pequenos produtores rurais e, ao mesmo tempo, promover o bem-estar animal”.

A São Marcelo tem 31 mil hectares e está em dois biomas, na Amazônia e no cerrado. Além da auditoria que comprovou boas práticas de gestão socioambiental, a fazenda se diferencia por possuir duas Reservas Particulares de Patrimônio Natural, termo de cooperação técnica assinado com o IBAMA do Mato Grosso para a recuperação e posterior soltura dos animais apreendidos pelo Instituto, promover cursos de artesanatos para as mulheres de seus funcionários, possibilitando o complemento da renda familiar, além de aperfeiçoamento e reciclagem para os funcionários.

Localizado em Tangará da Serra, Marfrig foi a primeira indústria do setor de proteína animal a fazer a ligação entre a produção no campo e o consumidor final, com rastreabilidade garantida atestada por auditoria independente. A indústria tem unidades produtivas em 17 países e seus produtos chegam a 160 compradores de 160 nacionalidades diferentes.

Para o secretário-executivo do Imaflora, Maurício Voivodic, “a nova linha da Gucci para o ‘Desafio Tapete Verde’ faz a conexão entre os consumidores e conservação das florestas e aponta para as boas práticas na agropecuária, no Brasil.”