sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Lançado Programa de Investimento no Produtor Consciente, voltado para a mitigação dos impactos da mudança climática no Cerrado Mineiro


Marcas globais de café, organizações ambientais e sociedade civil endossam o programa inovador de investimento liderado pelo Consórcio Cerrado das Águas.

Patrocínio, Minas Gerais – Começará este mês um programa inovador, que visa preservar a biodiversidade e o fornecimento de água na Região do Cerrado Mineiro, responsável por 12% da produção nacional de café.

A iniciativa é promovida pelo Consórcio Cerrado das Águas, uma plataforma que reúne diferentes atores (produtores, marcas de café, ONGs ambientais locais e globais), cujos esforços resultaram na fundação de uma organização independente para promover o desenvolvimento ambiental através da restauração, da agricultura inteligente e da gestão eficiente de recursos hídricos.

Com apoio da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e da Nespresso, Nestlé, Lavazza, Cooperativa Expocaccer e Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola se uniram para firmar um compromisso de cinco anos para a criação e apoio técnico ao Programa de Investimento no Produtor Consciente. O programa reunirá frentes de trabalho que visam melhorar a oferta e o fornecimento de serviços ecossistêmicos (como saúde da água, solo, estoque de carbono, entre outros), a fim de alcançar a resiliência climática de uma paisagem ou território.

O projeto piloto será implementado na bacia do Córrego Feio, localizada no município de Patrocínio, Minas Gerais. O Consórcio planeja investir na proteção dos ecossistemas naturais em aproximadamente 124 propriedades ao longo da bacia, que apresenta em grave escassez e conflito hídrico. “O novo programa de investimentos fornecerá incentivos financeiros e expertise para que todos os proprietários de terras tornem seus ativos ambientais cada vez mais saudáveis e produtivos nessa importante bacia hidrográfica”, disse Giulia Carbone, vice-diretora do Programa de Negócios e Biodiversidade da UICN.  “Os proprietários serão literalmente e na prática os gerentes dos ativos ambientais, e suas decisões para proteger os serviços ecossistêmicos chave – como florestas e rios – contribuirão diretamente à recuperação da paisagem do Cerrado.”

Este ano, as empresas se comprometeram a investir US$100 mil. Além disso, o Consórcio já recebeu um subsídio de US$ 400 mil do Fundo de Parcerias para Ecossistemas Críticos (CEPF). Esse foi o maior subsídio já concedido pelo CEPF, que conta com exigente doadores como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), União Européia, Fundo Mundial para o Ambiente (GEF), Governo do Japão e Banco Mundial.

“O Consórcio Cerrado das Águas demonstrou porque as empresas precisam adotar uma abordagem de longo prazo e contribuir para a paisagem mais ampla onde trabalhamos.  Da mesma forma, o setor público tem que se comprometer a assegurar que essas soluções inovadoras sejam aumentadas e capazes de entregar benefícios duradouros à população da região.” Segundo Mario Cerruti, Diretor Global de Relações Institucionais e Sustentabilidade na Lavazza.

A Federação dos Cafeicultores do Cerrado, entidade que protege, promove e controla a Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro, local de atuação do Consórcio Cerrado das Águas, apoiou a captação do recurso junto do CEPF e atuou como Secretaria Executiva do Consórcio nos últimos quatro anos. “Os produtores da Região do Cerrado Mineiro são comprometidos com a sustentabilidade do território em que estão inseridos. E o Consórcio Cerrado das Águas é um projeto que veio ao encontro desse comprometimento e da consciência ambiental que sempre esteve presente no Cerrado Mineiro”, explicou Juliano Tarabal, Superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

 “Promover a recuperação e conservação dos serviços ecossistêmicos como um seguro contra a mudança climática nessa paisagem importante é um objetivo chave do programa de investimentos”, disse Guilherme Amado, gerente da Nespresso no Brasil.  “No local piloto de Patrocínio, onde todo o município e os cafeicultores dependem dessa única bacia, os produtores também terão uma visão clara da degradação dos serviços ecossistêmicos em suas propriedades, e receberão conselhos profissionais e financiamentos para torná-las resilientes ao clima.”

Todos esses esforços são críticos para recuperar a paisagem e suas cadeias de valores. O programa está estabelecendo novos paradigmas para importantes frentes de conservação como a restauração de vegetação nativa. Peggy Poncelet, Diretora do CEPF, conta que “o objetivo é alcançar uma restauração de vegetação nativa 100% livre de químicos, a um custo 85% mais baixo do que o custo praticado atualmente no Cerrado, que é uma área global crítica para a perda de biodiversidade.  As parcerias com os laboratórios agroecológicos locais, com a EMBRAPA e a EMATER ajudarão a testar novas tecnologias para reduzir a incidência das ervas daninhas e pragas.”

Nota aos Editores:

Sobre o Consórcio de Águas do Cerrado:

Criado em 2015, o Consórcio Águas do Cerrado, organização legalmente independente, é uma plataforma que agrega  empresas, organizações da sociedade civil e representantes do governo com o objetivo de promover o desenvolvimento ambiental por meio da restauração da paisagem e manutenção dos serviços ecossistêmicos do Cerrado brasileiro. São membros do Consórcio Águas do Cerrado: CerVivo, Conservação Internacional, Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), Cooxupé, Expocaccer, Federação dos Cafeicultores do Cerrado , Imaflora, UICN, Lavazza, Nespresso, Nestlé e Departamento de Água e Esgoto de Patrocínio (DAEPA)

Para mais informações, contatar:

Ana Lima, Secretária Executiva do Consórcio Cerrado das Águas, tel: +55 11 999010882; email: ana@olab.com.br

Renata Bennet, Oficial de Comunicação da UICN no Brasil, tel.: +55 61 99819 3905; e-mail: renata.bennet@iucn.org


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