O trabalho científico que chega a essa conclusão foi
realizado pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical, Imaflora e 13
organizações internacionais. Acaba de sair na Nature Scientific Reports, a mais respeitada revista científica
Mais
uma razão para evitar a degradação do solo. O estudo ”Adequate vegetative cover
decreases nitrous oxide emissions from cattle urine deposited in grazed
pastures under rainy season conditions“ (confira a íntegra) concluiu que as
emissões de óxido nitroso (N2O), presente na urina do boi, em contato com o
solo degradado são maiores quando comparados a pastos bem manejados. Realizado
pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical, em Cali, na Colômbia, em
parceria com o Imaflora, ONG brasileira, com sede em Piracicaba - SP, o estudo
foi realizado em cinco países da América Latina e Caribe (Brasil, Colômbia,
Trinidad e Tobago, Argentina e Nicarágua).
O líquido foi despejado em áreas de
pastagens degradadas e em áreas bem manejadas, cujo o parâmetro foi o tamanho
da cobertura vegetal. Em seis dos sete locais de teste, as emissões produzidas
nos pastos degradados foi até três vezes superior às emissões nas áreas bem
manejadas.
“A produção de carne cresce exponencialmente quando se
recupera um pasto degradado, situação que condiz com as necessidades de aumento
desse produto e redução das emissões de GEE mundiais – e deveria assim, ser uma
das bandeiras do agronegócio brasileiro e latino-americano”, comenta Ciniro
Costa Júnior , pesquisador e coordenador de projetos em Clima e Cadeias
Agropecuárias, do Imaflora, coautor do estudo.
O Brasil tem aproximadamente 40 milhões de hectares de
pastagens degradadas e os estudiosos estimam que a América Latinha tenha cerca
de 150 milhões de hectares nessas condições. Para Ciniro Costa Júnior e Ngoni
Chirinda, do Centro Internacional de Agricultura Tropical, evitar a degradação
do solo é uma medida estratégica para atingir as metas internacionais para
minimizar as mudanças climáticas, incluindo a Iniciativa 20x20 ( que pretende
recuperar 20 milhões de hectares de
terras degradadas na América Latina até 2020) , além de favorecer a segurança
alimentar, o trabalho dos agricultores e reduzir os gases que aumentam a
temperatura na Terra.
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