segunda-feira, 11 de março de 2019

Do chão às reflexões internas: como o Imaflora absorve as questões de gênero

As mãos que cultivam e cuidam da terra vêm das florestas, das fazendas, das beiradas dos rios e lagos. Não possuem classe, raça, gênero ou crença. O solo, entretanto, capaz de provocar transformações sociais, carrega em seu íntimo uma herança simbólica: a sua fertilidade, questão biologicamente feminina.

E, como acontece no campo, onde trabalha para gerar mudanças nos setores florestal e agrícola, o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) atua para gerar transformações nas relações de gênero no Brasil, olhando para temas como discriminação, condições de trabalho, qualidade de vida, igualdade de oportunidades e equidade econômica de assalariadas rurais.

Além de levar estas discussões a mais de 117 mil pessoas, entre trabalhadores rurais, florestais e beneficiários de projetos, e a uma área de 76 milhões de hectares espalhados por cinco biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa), a entidade também absorve essa questão internamente.

O Imaflora acredita que discutir esse assunto é fundamental para a transformação social e cultural da sua equipe e, por isso, aborda o tema em seu código de conduta e nas reflexões sobre comportamento e condições de trabalho de homens e mulheres profissionais da organização.

Mais do que aplicar regras ou acompanhar esse assunto a distância, a organização, como entidade representativa da sociedade civil que é, entende que acolher essas conversas, que emergem do campo e internamente, coloca o elemento de reflexão em constante atualização, em um processo autocrítico que enriquece, gera conhecimento e constrói novas interpretações para o seu significado.

Olhando para as discussões de gênero com a participação de várias mãos, assim como as que cuidam do campo, plantando, cuidando e colhendo, o Imaflora ajuda a construir uma nova percepção sobre a cultura em relação à mulher e às relações de gênero na floresta, no campo e dentro de casa. Sempre olhando para suas práticas e as ações de chão, tirando o véu sobre o tema.


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